sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

A EXCLUDENTE AVENIDA PAULISTA

Neste mês de dezembro, a Avenida Paulista completou 119 anos. Nestes anos esta avenida tem sido a representação clássica da exclusão que o capital e o preconceito realizam em uma sociedade.
Ela surge com os barões do café, abandonando suas terras, já não mais laboradas pelos escravos, portanto sem lucros extremos baseados na desgraça vergonhosa da escravidão.
Zélia Gattai, em seu livro; Anarquistas, Graças a Deus, relata de forma clara, como a Avenida Paulista, já era excludente por volta de 1915, onde só habitava a burguesia paulista e os funerais, que tinham por costume fazer longas trajetórias até os cemitérios próximos, eram vetados de transitarem pela Avenida Paulista, onde só existia o luxo da burguesia, assim, os mortos não destruiriam sua pose elegante.
Depois com a explosão financeira paulistana, a Avenida Paulista, tornou se o habitat, das grandes instituições financeiras, onde os pobres eram usurpados do direito de agraciá-la.
Atualmente a exclusão da Avenida Paulista, tem sobrecaído entre os homossexuais, contraditoriamente, ao mesmo tempo, que com a Parada Gay, este público deixe investido economicamente valores relevantes, para a manutenção desta avenida, este mesmo grupo tem cerceado seu direito de usufruir de seu espaço.
A única conclusão permitida na concepção do significado da Avenida Paulista para todos nós, brasileiros, é que a Avenida Paulista, está para o capital, ela recebe muito bem, tudo que renda lucros ao sistema capitalista devorador de direitos humanos. São bem recebidos, a Parada Gay, a São Silvestre, os famosos shows da Virada, afinal, geram renda para o capital, porém humanos, com o mais essencial de seus direitos,quer sejam, mortos, vivos, pobres, homossexuais, sempre foram embargados pela avenida que representa o coração de São Paulo.